Justiça Climática Já! é uma rede de organizações e movimentos de todo o mundo comprometidos com a luta pela justiça social, ambiental e de gênero.
A Justiça Climática é baseada no entendimento de que, enquanto as mudanças climáticas requerem uma ação global, a responsabilidade histórica pela grande maioria das emissões de gases do efeito estufa nos últimos 250 anos cai sobre os países industrializados do Norte. Energia barata na forma de petróleo, carvão e gás tem sido a engrenagem da rápida industrialização e do crescimento econômico.
Comunidades no Sul, assim como as comunidades de baixa-renda dos países industrializados do Norte, suportaram a carga tóxica da extração, transporte e produção de combustível fóssil. Agora essas comunidades estão diante dos piores impactos das mudanças climáticas, da falta de alimentos à inundação de nações costeiras inteiras.
No interior das negociações globais sobre clima, os países ricos industrializados têm pressionado injustificavelmente os governos do Sul a se comprometerem com a redução das emissões. Ao mesmo tempo, eles se recusam a assumir suas próprias obrigações legais e morais em cortar radicalmente as emissões e apoiar os esforços dos países em desenvolvimento na redução e adaptação aos impactos do clima.
A Justiça Climática Já! trabalhará no sentido de expor as falsas soluções à crise climática promovidas por esses governos ao lado de instituições financeiras e das corporações multinacionais, tais como: a liberalização de comércio, a privatização, os mercados do carbono da floresta, os agrocombustíveis e o offset de carbono.
Levaremos nosso esforço à frente, não apenas nas negociações climáticas, mas no campo e nas ruas, para promover soluções genuínas que incluem:
* deixar os combustíveis fósseis no subsolo e investir preferivelmente em eficiência energética, energia renovável segura, limpa e com controle social.
* reduzir radicalmente o sobreconsumo, principalmente no Norte, mas também nas elites do Sul.
* enormes transferências financeiras do Norte para o Sul, baseadas no reembolso das dívidas climáticas e no controle democrático. Os custos da adaptação e da mitigação devem ser pagos por meio da reorientação dos orçamentos militares, impostos inovadores e cancelamento da dívida.
* direitos baseados na conservação dos recursos que reforçam os direitos indígenas aos territórios e promove a soberania dos povos sobre a energia, florestas, terra e à água.
* sustentabilidade da agricultura familiar e soberania alimentar dos povos.
Estamos comprometidos em construir um movimento diverso local e globalmente por um mundo melhor.